Adoçante faz mal?
Os adoçantes têm como função substituir o açúcar para pacientes diabéticos, mas atualmente o seu uso é difundido até entre crianças. Com isso, sua utilização está cada vez maior, mesmo porque nos habituamos ao sabor, sentindo necessidade de aumentar a dose ao longo do tempo.
Existe uma variedade de adoçantes no mercado. Alguns são mais utilizados na produção industrial para conferir sabor ao alimento. Outros, mais comuns, vão no café, suco e chá (como por exemplo o aspartame, ciclamato de sódio, sacarina, sucralose e stévia).
Tipos de adoçantes
Existem vários tipos de adoçantes que podem ser divididos em dois grandes grupos, os adoçantes naturais e os artificiais. Veja abaixo as diferenças entre os tipos de adoçantes mais comuns, suas origens e contra indicações.
- Adoçantes naturais
- Frutose: é encontrada nas frutas e no mel e possui sabor mais doce que o açúcar. Contém calorias e eleva os níveis de açúcar no sangue. Por isso, os diabéticos devem consumi-la com moderação.
- Esteviosídeo: é extraído da stevia rebaudiana, uma planta nativa da América do Sul. Tem um sabor próximo ao do açúcar e é encontrado em fórmulas de adoçantes, achocolatados e gelatinas. Não possui calorias e não altera o nível de açúcar no sangue, sendo permitido para diábeticos.
- Sorbitol: é encontrado em algumas frutas, como a maçã e a ameixa, e em algas marinhas. Possui valor calórico e não é recomendado para diabéticos. É mais utilizado em chicletes, balas e biscoitos. Tem ação laxativa.
- Adoçantes artificiais
- Aspartame: tem grande poder adoçante (200 vezes superior ao açúcar). Não contém calorias e seu uso é permitido para diabéticos. Tem um sabor semelhante ao do açúcar e é encontrado em produtos adoçantes, refrigerantes e doces. Embora algumas pesquisas associem seu uso à ocorrência de câncer e Mal de Alzheimer, não há comprovação científica.
- Sacarina: criada em 1879, ela é sintetizada a partir do ácido toluenossulfônico, derivado do petróleo. Está presente em refrigerantes zero e produtos adoçantes. Deixa um sabor residual amargoso e metálico, mas não contém calorias e pode ser usada por diabéticos. Por conter sódio, é contraindicada para hipertensos. Pesquisas associavam o uso da sacarina ao surgimento de câncer, mas sem evidências conclusivas.
- Ciclamato de sódio: provém do ácido ciclo hexano sulfâmico, derivado do petróleo. Assim como a sacarina, não possui calorias e pode ser usado por diabéticos, mas também é contraindicado para hipertensos. É encontrado em refrigerantes zero e adoçantes. Pesquisas científicas apontam que o consumo de ciclamato pode causar câncer e tumores. Por conta disso, disso foi proibido em países como EUA, Japão e França. Também é contraindicado para hipertensos por causa do sódio.
- Sucralose: é extraído da cana de açúcar e modificado para não ser absorvido pelo organismo humano. Tem um sabor similar ao do açúcar, não contém calorias, não causa cáries, não eleva a glicemia, podendo ser consumido por diabéticos, gestantes e hipertensos. É vendido como produto adoçante e está presente em alimentos de baixa caloria.
Qual o problema com os adoçantes?
Além dos males descritos acima, tem uma pergunta que muitas pessoas acabam se fazendo. Se existem tantas bebidas e alimentos dietéticos, por que tantas pessoas continuam acima do peso? Um estudo recente de pesquisadores da Purdue University descobriu que beber refrigerantes dietéticos pode ser uma das causas. Professores do Departamento de Ciências Psicológicas descobriram que os adoçantes podem interferir na habilidade natural do organismo de “contar” calorias. A habilidade do nosso organismo em relacionar quantas calorias precisamos com quantas ingerimos é baseada, em parte, pelo quão doce é o alimento. Quanto mais doce e mais pesado, mais calorias ele tem. Nossos corpos usam isso para nos alertar de quando devemos parar de comer.
Os adoçantes, contudo, acabam atrapalhando esse processo. Ao comer e beber alimentos que utilizam adoçantes artificiais (e conseqüentemente têm menos calorias) podemos estar condicionando nosso organismo a não associar mais a doçura com altas quantidades de calorias. Isso significa que quando comemos ou bebemos alimentos adoçados com açúcar de verdade, nossos corpos calculam errado as calorias associadas àquele alimento. Assim, acabamos consumindo mais calorias.
No estudo de Purdue, ratos que foram alimentados por dez dias com comidas e bebidas artificialmente adoçadas acabaram comendo maior quantidade de um chocolate (bastante calórico) adoçado com açúcar do que ratos que tinham passado dez dias sendo alimentados apenas com bebidas adoçadas com açúcar. Os ratos que passaram por uma relação inadequada entre o sabor doce e as calorias perderam, em parte, sua habilidade de perceber as calorias nos alimentos fazendo-os ingerir mais calorias do que o necessário.
Recomendação
Assim como o açúcar não faz bem para nossa saúde, o adoçante tão pouco. A menos que exista um problema de saúde que o justifique, como o diabetes, opte por pouco açúcar ao livre consumo de adoçantes. Importante: produtos diet ou light não podem ser ingeridos à vontade.
- Reduza sua necessidade diária de açúcar, passando a apreciar mais o sabor natural dos alimentos. Mastigar mais irá te ajudar nisso.
- Experimente chá, café e sucos sem açúcar e sem adoçante. Você vai descobrir o gosto verdadeiro dos alimentos.
- Consuma mais frutas frescas ou secas no lugar de sobremesas preparadas.
- Prepare bolos e sobremesas menos doces, substitua o açúcar refinado pelo açúcar mascavo ou até o mel. Frutas frescas ou secas também enriqueceriam muito o sabor.
- Se tiver que usar adoçante, escolha sempre os adoçantes naturais. Evite os sintéticos.
Fontes: Conheça as diferenças entre os tipos de adoçantes, suas origens e contraindicações, Adoçante faz mal à saúde, A controvérsia dos adoçantes, Adoçante faz mal?
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